terça-feira, junho 26, 2012

O desejo e o medo da proximidade.

Lans-en-Vercors, França. Verão. 22°C. Céu azul, azul...

 Acabei de ver o filme "Hemingway e Gellhorn".





O roteiro é sobre o relacionamento da jornalista e correspondente de guerra Martha Gellhorn com o escritor Ernest Hemingway. Nas palavras do marido, "Martha amava a humanidade mas nao podia conviver com as pessoas". De fato, ambos deram uma contribuiçao grandiosa à humanidade com suas obras mas, nao conseguiram vencer as proprias limitaçoes para se relacionarem com amor e entrega verdadeira. Separaram-se depois de cinco anos de casamento e guerra, aonde na maior parte do tempo, Martha estava em algum lugar do planeta cobrindo um conflito armado e Hemingway, em casa, dando andamento ao seu roteiro autodestrutivo. O escritor suicidou-se em 1961 com um tiro e, Gellhorn fez o mesmo, em 1998, com uma overdose de medicamentos para o câncer, doença que a deixou quase cega.

O filme, acompanhado da palestra Pathwork nr. 138, é uma excelente meditaçao sobre o desejo e o medo da proximidade, um dos meus maiores fantasmas.

Colher de cha da palestra: " A maior luta dos seres humanos é entre o seu desejo de superar o isolamento e a solidão, e o seu medo simultâneo de contato próximo, íntimo com outro ser. Freqüentemente o desejo e o medo são igualmente fortes, de modo que as pessoas são puxadas e empurradas em direções opostas. Isto causa uma tremenda pressão. A dor do isolamento sempre empurra as pessoas no sentido de tentarem escapar dele. Quando essas tentativas parecem estar sendo bem sucedidas, o medo da proximidade induz as pessoas a recuarem outra vez e a afastar o outro. Assim, o ciclo continua, com os seres humanos primeiro construindo e depois destruindo barreiras entre eles mesmos e os outros.

Certa vez, ouvi alguém da minha familia dizer: "você luta pelos direitos das crianças, mas nao quer cuidar do seu sobrinho", ou, "a Patricia so consegue carregar a mochila dela". Talvez seja por isso que me identifiquei tanto com a jornalista Martha Gellhorn. Partir nunca foi meu problema. Tenho P.h.D. em partir. Meu grande desafio é ficar. O Pathwork tem sido o farol pra que eu faça o Patiework e compreenda de uma vez por todas porque é tao dificil ficar...

Qual é o seu desafio?

Boa meditaçao!

* Patrícia Nascimento Delorme, 40, mãe do Luka, e que por amor à cria, esta tendo a coragem de enfrentar o medo de ficar. 

Pra ver o filme online, clique aqui.

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