terça-feira, junho 17, 2008

Toró de Parpite nr. 16. A Suiça começa a se cobrir de verde!






Toró nr. 16. Genebra, 02 de abril de 2001. Primaveeeraa ! ! ! Frio, Sol + - 14 °C

Olá amigas e amigos,

A Suiça começa a se cobrir de verde !
A gente só agüenta o inverno porque sabe que depois vem a primavera…
Ah, a primavera… (lê-se com notinhas musicais, por favor !).

Ontem, andei pelo Salève respirando o ar puro da montanha, com um céu azul de Pantanal e com vista para o Mont Blanc (aquela montanha francesa famosinha). Uma beleza !


Fiz uma prece de feliz aniversário para a Anginha (parabéns pra você…) e mandei vibrações de carinho para todos os amigos. Ah ! Que dia !
Só quem passou pelo inverno pode curtir a primavera aqui. O turista que chega agora até vai achar tudo lindo ! Verde, flores, tudo tão limpinho !
Mas só quem enfrentou 4 meses de cinza, neve e frio ; só quem encarou o amanhecer às 9 e o anoitecer às 4 da tarde é agraciado com essa sensação da vida pulsando nas veias e uma esperança no futuro que contraria a lógica e os fatos.
O título do livro « A insustentável leveza do ser » nunca fez tanto sentido como agora.



JOÃO BOSQUEAR – A platéia suíça e os poucos brasileiros que apareceram no Festival de Cully (uma prévia do Festival de Montreux) foram ao êxtase com o João Bosco. Os brasileiros (minoria, minoria, minoria e jogando fora de casa) tiveram que se contentar com as regras do adversário : nada de corinho quando o João dava a brecha. A única vez que tentamos ouvimos um « sschhhh » estarrecedor ! Parafraseando João, « mesmo que eu mande em garrafas mensagens por todo o mar, meu coração tropical partirá esse gelo e irá com as garrafas de náufragos e as rosas partindo o ar ! » Minha vingança é que eles não entenderam as letras. Quem sabe se entendessem não seriam assim tão castradores… Hahahahaha. « Você com a sua música esqueceu o principal, é que no peito do desafinado também bate um coração. »

REPETECO - Fui assistir Cast Away novamente ! O filme merecia repeteco… Bom, novos insights, nuances e simbologias que não tinha percebido da primeira vez. Este Robert Zemeckis… Acredito que nós contruímos nossa vida a cada decisão tomada – ou não tomada, se for o caso. E assim como a personagem, que não ficou esperando o barco vir salvá-la, acredito que somos responsáveis pela nossa felicidade ou infelicidade na medida em que ouvimos (ou não ouvimos) os sinais que a vida nos dá. A cena dele deixando a ilha ainda foi motivo de lágrimas, muitas lágrimas. Senti-me como quando deixei o Brasil três anos atrás. Sem saber o que ia encontrar do outro lado do oceano. Completamente só mas, nunca desamparada ! Tenho comigo uma crença de que, quando NOS ajudamos, movimentamos forças que vêm em nosso auxílio. Assim, apesar de não saber absolutamente nada sobre o que seria de mim no dia seguinte, continuei sentindo os sinais da vida e seguindo de acordo com esses sinais que me eram apresentados. Minha irmã (oi Erika !) me avisou de uma passeata contra o trabalho infantil em Genebra. Liga dali, escreve daqui, descobre que OIT em inglês é ILO e toca pra Genebra. Um cartão de visitas da Terra dos Homens (obrigada Betô !), recebido durante a passeata se transformou em um convite para trabalhar na Índia e continua a me dar o norte até hoje.
Leonardo Boff costuma dizer que não há ressurreição sem a sexta-feira da paixão. Assino embaixo. Três anos se passaram (simbólico, não ?) e começo a sentir os sinais da ressurreição. Lições aprendidas e provas passadas, começo a sentir a necessidade de retornar para casa e abandonar a ilha em que me meti para aprender a amar.




CAROS AMIGOS – Tcharammmmm ! Saiu a segunda participação da dupla dinâmica Patrícia Nascimento e Eliane Oliveira na revista Caros Amigos. Desta vez o alvo é o Fórum de Davos, na Suíça. Ainda não li, mas recebi uma comunicação da redação da revista confirmando a publicação. Quem quiser ler : Caros Amigos, Edição Especial sobre o Fórum Social Mundial de Porto Alegre. E depois contem o que acharam…

LENDAS – Recebi esta lenda de um amigo muuuuito querido (oi Tão ! – ou será Tao ?)
“Monge e discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora, o bichinho o picou e, devido à dor, o homem deixou-o cair novamente no rio. Foi então a margem tomou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, colheu o escorpião e o salvou. Voltou o monge e juntou-se aos discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados. "Mestre, deve estar doendo muito! Por que foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda! picou a mão que o salvara! Não merecia sua Compaixão!" O monge ouviu tranqüilamente os comentários e respondeu: "Ele agiu conforme sua natureza, e eu de acordo com a minha." Esta parábola nos faz refletir a forma de melhor compreender e aceita as pessoas com que nos relacionamos. Não podemos e nem temos o direito de mudar o outro, mas podemos melhorar nossas próprias reações e atitudes, sabendo que cada um dá o que tem e o que pode. Devemos fazer a nossa parte com muito amor e respeito ao próximo. Cada qual conforme sua natureza, e não conforme a do outro.”


Obrigada por ter-me enviado a parábola Ton e proponho uma meditação sobre o assunto sob uma outra ótica: Até quando seres humanos criados por Deus, para aprenderem a amar, seguirão pelo mundo picando a todos que se aproximam para amá-los ? Dizendo a todos que foram magoados:
« Desculpe-me, esta é a minha natureza… » ou « Você não devia ter se aproximado, não sabia que podia se machucar? » ou « Não posso mudar… ».
Até quando essas pessoas seguirão confusas, espalhando a confusão por onde quer que passem e nos corações dos que ousaram ver-lhes a beleza e tentaram mostrar-lhes a ternura que existe dentro delas?
Da minha parte, seguirei cumprindo o ensinamento daquele que sabe tudo de natureza humana (Jesus) para que eu não faça parte dos milhares de confusos e egoístas incapazes de abrir o coração ao amor que a tudo alegra e beneficia. Há dois mil anos, o mestre já ensinava que enfrentar a crueldade com armas semelhantes seria perpetuar o ódio. Afirmava que a atitude diante dessas pessoas não é a da indiferença, mas sim, a do bem ativo, enérgico, renovador, VIGILANTE, e operoso.
O nosso lado inferior reclama « olho por olho, dente por dente », Jesus, todavia, nos aconselha o perdão setenta vezes sete DE CADA OFENSA.
Mas o perdão não é esquecer e abrir as portas do seu coração para ser picado novamente. O perdão é conseguir reunir forças para sentir compaixão pelo cego espiritual e ajudá-lo sim, mas tomando as devidas precauções, como o monge que retirou o escorpião do rio com um ramo de árvore, mantendo-se a salvo de nova picada.
Por último, tenho um aviso aos escorpiões de plantão, incluindo simpatizantes e ascendentes : assim como o monge, eu me disponho a cultivar a compaixão por pessoas que ainda tenham a natureza escorpiana e picam a todos que tentam expressar amor por elas. Continuarei dando o melhor de mim para ajudá-las na árdua tarefa de se melhorarem, uma vez que viemos a este planetinha para isso mêss mas, não dividirei meu coração e nem entregarei meus olhos. Assim como, não “romperei com o mundo e nem queimarei meus navios” (oi Chico!) para ajudá-las. Serão dignas de minha compaixão sim, mas, não estarão autorizadas a fazerem parte do círculo de amigas e amigos que partilham e COMpartilham das minhas conquistas e sonhos.
Minha dedicação a essas pessoas irá até onde a percepção de que sou bem-vinda me guiar, acompanhada de um “ramo de árvore”, para manter a distância necessária.

MÚSICA DA VEZ - Como é que vocês sabiam que é uma canção da Noa ?


Angel with a broken wing never leaves the ground
Um Anjo com uma asa quebrada nunca deixa o chão

Angel trying hard to sing, but she can’t make a decent sound
Um Anjo tentando cantar, mas não pode fazer nenhum som

Angel with a broken wing felling so alone
Um Anjo com a asa quebrada e sentindo-se sozinho

Angel, she’s trying everything
Um Anjo que tem tentado tudo

But she can’t find her way back home
Mas não pode achar o caminho de volta pra casa

She looks up to the skies but there’s nothing there but grey
Ela olha para o céu mas não há nada lá além do cinza

She looks down and turns away
Ela olha pra baixo e dá as costas

Angel, look how things turn bad when you are so busy being good
Anjo, olha como as coisas se tornam ruins quando você está tão ocupado sendo bom

Angel feeling so alone
Um Anjo se sentindo só

Angel, she’s trying everything
Um Anjo que tem tentado tudo

But she can’t find her way
Mas não pode achar o seu caminho
Her way back home
Seu caminho de volta pra casa.


Beijins saltitantes
Patie
* Patricia Nascimento, 29, jornalista, despedaçada por um ascendente escorpião que nem casava e nem desocupava a moça. Seu e-mail: patienascimento@hotmail.com

Um comentário:

  1. Ola patie...
    saudades, saudades, muitas saudades daqueles Toros,
    que eram tão meus qto eram seus!
    Eu os adorava e guardo todos eles, desde o primeiro...
    Afinal de contas, posso saber por onde andas?
    beijoca
    ayse

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